O roteiro é o documento que vai determinar o que será gravado e como será editado. É o filme escrito.
Ele nasce da ideia principal. Cresce para uma SINOPSE e pode se desmembrar para outros documentos tipo: perfil das personagens, roteiro técnico, roteiro de gravação enfim.
Vamos conhecer como se escreve um roteiro passo a passo:
Estrutura do Roteiro
Ele nasce da ideia principal. Cresce para uma SINOPSE e pode se desmembrar para outros documentos tipo: perfil das personagens, roteiro técnico, roteiro de gravação enfim.
Vamos conhecer como se escreve um roteiro passo a passo:
Estrutura do Roteiro
A
melhor maneira de aprender a escrever um roteiro na formatação correta é ler a
maior quantidade possível de roteiros prontos. Só assim o escritor conseguirá
obter um conhecimento avançado do processo de construção da obra no formato
Master Scenes. Aqui apresentarei apenas o básico.
Importante:
a escrita do roteiro só deve ser iniciada após o autor ter estabelecido toda a
estrutura de sua história e de ter preparado uma descrição resumida de cada
cena e personagem. A escrita do roteiro é o penúltimo passo para a elaboração
de uma obra, sendo a revisão do roteiro o último passo. Nada de se apressar e
iniciar a escrita do script sem planejamento.
Em termos gerais, o roteiro de
cinema pode ser basicamente dividido em quatro partes: Cabeçalho de Cena, Ação,
Diálogos e Transições. Vamos começar a analisá-las através do exemplo do roteiro do curta metragem Caminho de Feira, de nossa autoria:
Camelôs. Vendedores diversos. Planos de cobertura da feira. Juli vem descendo para a feira com uma amiga. Para na barraca de DVD pirata.
JULI
Tem “Tropa de Elite”?
VENDEDOR:
Tem gatinha... tudo o que você quiser...
JULI (debocha)
“Oh, pai, ó”...
VENDEDOR
Esse tem também... A gente pode até ir ao cinema...
JULI
Que cinema, menino, aqui lá tem cinema...
VENDEDOR
Melhor... a gente vai lá pra casa...
JULI
Se olha... essa aqui não é pro seu bico...
Vendedor fica olhando Juli que sai olhando outras barracas...
CORTA PARA
|
Agora vamos analisar cada parte do roteiro acima, vejamos:
O Cabeçalho de Cena
Serve para
introduzir uma nova cena. Na grande maioria das vezes teremos uma nova cena
quando ocorrer uma mudança no espaço e/ou tempo no roteiro. Escrito sempre em
maiúsculas, o cabeçalho é composto por três elementos:
ñ Tipo
de Localidade: INT. (Interior) ou EXT. (Exterior). Serve para a equipe de
produção determinar a logística e os locais de filmagem. Se a câmera percorrer
o ambiente, podemos ter algo como INT./EXT., mas esse tipo de escrita não é
recomendado, deixando a escolha para o diretor.
ñ A
localidade: O nome do local. Por exemplo: Barraca
de DVD PIRATA. Em alguns casos devemos especificar um local dentro de
outro: FEIRA - Barraca de DVD PIRATA.
ñ O
tempo: Aqui o autor irá usar na grande maioria dos casos ou DIA ou NOITE, mesmo
se o tipo de localidade for interior. Em raras ocasiões veremos termos como
ENTARDECER ou AMANHECER. Só se for necessário para o andamento da história. Se
a cena precisar do uso do relógio, poderemos usar o tempo exato: 1:15,
MEIA-NOITE, 1984.
CENA
08 – Barraca de DVD PIRATA / Ext. / Dia
A Rúbrica / Ação
É
o que basicamente ocorre na cena. O
autor pode introduzir a ação com uma pequena descrição, caso seja a primeira
vez que o local apareça no roteiro. Seja sutil na escrita, e não exagere nas
descrições. Um roteiro de cinema não é escrito da mesma forma que um romance
literário! Devemos descrever apenas o necessário para o andamento e
entendimento da história.
Deve-se
evitar ao máximo dar ordens diretas para o diretor sobre posicionamento de
câmera e ângulos de filmagem. Devemos notar que muitos autores não respeitam
muito essa recomendação e acabam às vezes querendo agir como diretores.
Ao invés de escrever um largo bloco
de texto, divida a ação em pequenas partes com uma linha de espaço. Dessa
forma, até ângulos de filmagem podem ser sutilmente sugeridos ao diretor,
sempre com cuidado.
Camelôs. Vendedores diversos. Planos de
cobertura da feira. Juli vem descendo para a feira com uma amiga. Para na
barraca de DVD pirata.
O Diálogo
O
bloco de diálogo é composto de dois componentes obrigatórios, Personagem e
Diálogo, e um opcional, o Parenthetical.
Os
blocos de diálogos mais comuns usam apenas o nome do personagem e o que ele
diz:
JULI
Tem “Tropa de Elite”?
VENDEDOR:
Tem gatinha... tudo o que você
quiser...
O
Parenthetical deve ser utilizado somente para indicar algo que não tem como
escrevermos de outra forma no script. O Parenthetical deve indicar uma ação ou
emoção de um personagem, ou a direção de sua fala:
JULI
(debocha)
“Oh, pai, ó”...
VENDEDOR
Esse tem também... A gente pode
até ir ao cinema...
A Transição
Assim que a primeira imagem aparecer
na tela temos que escrever FADE IN no roteiro, dar duas linhas de espaço e
começar a primeira cena. Na esmagadora maioria das obras, FADE IN é a primeira
coisa que o autor escreve. Quando a imagem desaparece da tela, como no fim de
um filme, escrevemos FADE OUT. Após a última transição do filme, dar três
linhas de espaço e escrever com alinhamento centralizado THE END.
A transição mais comum é CUT TO
(CORTAR PARA), que significa cortar para uma outra cena. Muitos escritores não
utilizam mais o CUT TO entre as cenas, pois presume-se que a própria introdução
de um novo cabeçalho de cena já seja suficiente para indicar a mudança. Além
disso, para muitos é papel do diretor fazer a passagem de uma cena para a
outra, e não do roteirista.
O STORYBOARD
Para você organizar melhor o que vai gravar, faça um storyboard: consiste em você desenhar cada quadro que irá compor uma cena, podendo incluir além de desenhos, informações como o que se ouve e o que compõe a cena.
Não se preocupe em fazer um documento bem elaborado agora, pegue seu caderno e faça rascunhos como no exemplo a baixo:
O importante não é um documento bem elaborado, mas um documento capaz de tornar o vídeo executável.
A ideia é economizar tempo, prever o que será necessário em cada cena, projetar o tipo de luz e som que será necessário em cada cena, compreender como o vídeo será montado na finalização.
Para você organizar melhor o que vai gravar, faça um storyboard: consiste em você desenhar cada quadro que irá compor uma cena, podendo incluir além de desenhos, informações como o que se ouve e o que compõe a cena.
Não se preocupe em fazer um documento bem elaborado agora, pegue seu caderno e faça rascunhos como no exemplo a baixo:
O importante não é um documento bem elaborado, mas um documento capaz de tornar o vídeo executável.
A ideia é economizar tempo, prever o que será necessário em cada cena, projetar o tipo de luz e som que será necessário em cada cena, compreender como o vídeo será montado na finalização.
O storyboard é planejamento visual de como cada cena será
filmada. Isto lhe dará ideias de como dirigir o vídeo, de como a câmera deve operar (fazer
uma panorâmica, um tilt, um zoom etc.) e como você deverá dirigir a
interpretação dos atores.
Exemplo
de Storyboard
FILME:
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DATA:
|
CENA:
|
TOMADA:
|
Desenho da Cena
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Descrição da Cena
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